Projeto impacta milhares de jovens, oferece aporte financeiro a poetas e promove campeonato de poesia nas escolas

Berço de dois dos primeiros slams – campeonatos de poesia falada – do Brasil, a Zona Sul de São Paulo sedia, até setembro a Liga Sul de Poesia Falada, com o intuito de potencializar ainda mais a literatura marginal, independente e periférica produzida na cidade. 

Com isso, durante os quatro últimos meses, nove coletivos (Slam do 13, Bronx, Real, Capão, Grajaú, Grito, Petisco, Helipa e Rasta)  participam da edição 2022. Todos escalam um time para batalhar em uma escola diferente e dali, saiu classificado um poeta/uma poeta representante de cada grupo para a final da Liga, que está programada para o dia 14 de setembro às 18h no Sesc Santo Amaro. 

Além disso, cada coletivo recebeu uma ajuda de custo mensal para manterem suas atividades, e também ganharam a produção de um mini-documentário, que irá compor uma web-série com dez episódios, que contam um pouco da história desse movimento através dessas batalhas e seus personagens. A previsão é que o lançamento aconteça em novembro, junto com o lançamento de um disco de “spoken word” (poesia falada).

A Liga impacta na Zona Sul da cidade a partir do trabalho que vem sendo feito pelos coletivos de Slam, atuantes na região. Em contratações diretas, além do subsídio aos nove coletivos participantes, em contratações diretas de coletivos artísticos e poetas marginais, centenas de pessoas foram alcançadas, presencialmente, nos eventos nas escolas, entre estudantes e corpo docente, seja na internet, com mais de 20 mil visualizações nos vídeos postados. 

Para a Baderna, idealizadora da Liga Sul, a ajuda financeira é uma forma de conservar os slams em atividade. “O incentivo os ajuda a se organizarem e a se estruturarem. Alguns já haviam, inclusive, parado suas atividades por causa da pandemia e este ano estavam com dificuldade de voltar a atuar. Os poetas também são remunerados por seu trabalho. Muitos outros profissionais da cultura também participam do projeto, o que movimenta a cadeia produtiva, direta e indiretamente”. 

Além disso, a produtora destaca que a Liga não é só um campeonato regional, mas também um projeto de aproximação e fortalecimento dos coletivos atuantes na Zona Sul, não apenas pelo aporte financeiro, mas também pela construção de uma rede para apoio na articulação e realização das atividades dos grupos. 

Um ponto importante a ser destacado é que a Liga atua diretamente nas escolas, levando os slams para o ambiente de ensino e trabalhando a poesia falada como uma ferramenta de aprendizagem. “É um jeito também de trabalhar com a literatura na contramão do conteúdo obrigatório. Nesse sentido, a Liga fomenta a cena dos slams e estimula a articulação dos coletivos dentro dos seus entornos”, dizem os organizadores. 

Importante lembrar a Liga Sul é um projeto contemplado pelo edital do Proac Expresso Direto, que oferece uma programação inteiramente voltada à poesia falada, com batalhas e mesas literárias, que são realizadas dentro de escolas, fortalecendo assim as comunidades escolares e os grupos de slam que mantém viva a chama da oralidade em diferentes bairros da região sul da capital paulista. 

Sobre a Baderna
Baderna é uma produtora cultural de quebrada, voltada a projetos literários e culturais, com foco na periferia, questões de gênero e classe social. 

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