Sabe tudo e mais um pouco…
Inacreditavelmente estava tocando um som que prestava naquela joça, estava rolando “Umbabarauma” numa versão de Ben Jor e Mano Brown, bem bacana por sinal, pra fim foi ótimo, pois economizava minha preciosa bateria…
Mas como tudo que é bom….
Escuto uma voz atrás de mim indagando o cobrador:
” – Caramba, pela primeira vez não tá tocando pagode na van, por que?”
O cobrador tinha até um estilo original, se não fosse a maldita pochete atravessada no peito e a calça de tactel preta falsificada “Ardids”.
Ele retruca:
” – Eu e o motorista curtimos rock…Tá na OI FM, toca “vários rock””
Nesse intervalo começa a tocar uma outra música…
O passageiro solta um gemido estranho:
” – Hmmghhhs, essa é fooooodaaaaa!!!!”
Não aguentei e virei indiscretamente mesmo só pra ver essa criatura que gemia desvairadamente, esse rapaz, tinha pelo menos 1,70m, uns 110kg, uma camisa azul bebê de cetim larga pra cacete e com uma rodela de sudorese gigante debaixo de cada barbatana…
Não sei muito bem o nome da banda que estava tocando, mas ele logo fez questão de identificar:
“-Cara, isso é “Marlon Fire!!!” Muito som! Wohoo!”
E se mexia como se fosse o único sentado naquela fileira, o cara do lado tava felizão….
Depois dele “assassinar” os caras do Maroon 5, manda outra pedrada na janela:
Ao som de Outkast ele manda:
“- Caraca! Blink 182!!!!!”
E estalava os dedos freneticamente….
O cobrador discorda:
“-Né não cara…”
O “músico” insiste:
“-Claro que é, tenho esse CD!”
Relíquia, grava pra mim…
O cobrador quase puto, porque não conseguia ouvir mais o som, se altera:
“- Claro que não! Tá maluco, essa banda tem um negão de cabelo engraçado, taquí na ponta da língua, péra!”
Essa discussão foi perdurando grande parte da viagem e se perdeu…
Pudemos todos ir curtindo um sonzinho decente até nossos destinos.
Meu ponto tem como referência o Banco Itaú, logo então eu dei o código:
“-Ae brou, Itaú desce!”
Cara, parece que o gordinho acordou e logo lançou o jingle muito do nada:
“- Itaú, dedicação total a você!”
O cara do lado, sorrateiramente, corrigiu:
“-Isso é das Casas Bahia, né?”
O Gordinho:
” – Ah é, Itaú, tudo por você!”
De novo o cara retruca”
“- Isso é do Guanabara!”
O Gordinho não se dá por vencido e encerra a questão:
“- Ahhh, tudo mermo dono pô!!!”
Eu quase pulei do coletivo em movimento, pois não aguentava processar tanta informação.
Pena de quem ficou…
Fiquem bem.
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