A coroa do Maizena
A coroa do Maizena
Dois vendedores de empada falando de um colega de de trabalho chamado "Maizena" depois de uma dia cansativo de trabalho. O mais novo tem o vulgo de Fumaça, e o outro tem o apelido sugestivo de "Mais velho".
Segue as pérolas reproduzidas fielmente.
Fumaça: Pô cara o Maizena vacilou, tava saindo com uma coroa maneirona, a coroa cheia do milhão, chegou do nada e comprou um forno profissa pra ele, forno industrial, 3 mil ela foi e pá, comprou pra ele.
Forno boladão, cabia 9 forma de uma vez e assava rápido, tava boladona a firma dele, tudo ela botava, dava mó moral pra ele, ia lá no atacado e comprava assim, de margarina era 3 potes. Essas paradas tipo laranja assim,ela ia no Cadeg, mó responsa a mulher, veio la de Jacarepaguá, mó casão, até piscina tinha. Mó moral pra ele, mó investimento no negócio do cara, a coroa, ricona, ai o Maizena foi e largou ela.
Tá com uma mulher agora que nem por a mão numa vassoura põe, a outra, a coroa era maneirona, mó responsa, tipo acordava 5 hora da manhã e já começava, ajudava ele, fazia o molho pra empada; e a firma tava assim maneirona, até passagem pagava, perguntava, quantos ônibus tu pega? Aí ela ia e dava o dinheiro; né q nem o Ferreira não, que dava vale pra passagem e depois descontava no fim do mês.
O Maizena cara é foda, mó "cuzêdo", assim, o cara é careta, não usa droga nenhuma, não fuma, não bebe não cheira, mas o vício dele é mulher, ele quer passar o rodo no Rio de Janeiro.
O cara já sai na intenção de pegar mulher, eu falo q eu sei, ele mora lá em casa, lá no quintal, eu nem falo mais com ele, a gente não se fala, tudo que tem de tratar, de pagar o aluguel ele fala com a minha mãe, a minha firma é la em casa, com a minha mãe.
Entao, cada hora ia uma lá, essa aqui é do Jacaré, essa eu conheci lá em Copacabana, era assim, 10 mulher, cada hora uma. E a coroa po, maneirona, dava mó moral pra ele e ele largou.
Mais velho: - Deu mole, a sorte assim só bate uma vez.
Fumaça: - Mas ela gosta dele ainda , o pior é que ela gosta, se ele ligar e falar te amo ela volta, a mina é maneira, falo com ela as vezes, ela fala pra eu ir na casa dela, me convida até pra ir na casa dela, e é maneira, não por causa da grana não, ela, tem assim um papo bacana sabe, e é uma mina assim, q se eu tiver apertado, precisando de uns 100 “malengo” pra adiantar um corre eu sei que ela vai lá e me dá.
Sabe, mó responsa ela. Aí o vacilão do Maizena vai e me troca ela por uma mulher ferrada q nem põe a mão numa vassoura, eu fico lá em casa só observando, nem a mão na vassoura põe.
Mas eu sei pq ele largou dela, a mulher é assim, diferente da gente sabe, não que ela seja grandes coisa melhor que a gente, por que tem dinheiro, mas é de outro ritmo. Pegava no pé, batia várias neurose. Tipo assim, ficava reclamando a vera que ele comia na panela, eu lá em casa como na panela mermo, tô nem ae.
Mais velho: - Ele tinha era q entrar no ritmo dela.
Fumaça: - E num é, né não, se sou eu entrava no ritmo.
Falava meu amor e tudo, pegava e falava pra ela, meu amor, eu sou “novin”, mas vou envelhecer do teu lado, tú é um pouco mais velha, então vai envelhecer antes, mas eu tô contigo até o fim, vou largar a mulher nada rapá!
Mais velho: - A sorte não bate na porta duas vezes, não bate mermo não , e o cara
também não precisava largar a outra, dava uma moral pra coroa e ia levando a outra no sapatinho.
Fumaça: - é, Maizena é mó "cuzêdo"... Po, eu parei de falar com ele por que sei qual a dele, gosta de dar papinho na mulher dos outros, e eu assim, antes de me separar, tô la em casa de lazer, deitado na cama e ele de conversinha com a minha mulher e eu lá só escutando;
Aí chegou uma hora e eu virei e falei assim: "ô Maizena, não quero mais você de conversinha com minha mulhé não, pó parar, sei qual é a tua se tu quer, vai falar com mulher da rua, com a minha não."
- (Maizena) "– Ih qual foi, tô aqui só conversando com a vizinha, até parece que tu não conversa com a minha mulhé."
Fumaça: "- Conversar , converso, mas eu falo no respeito, tu só pega essas coroa, quem vai querer cantar coroa, hein? Pô para com essas conversinha, se eu ver de novo te enfio a mão na cara; "
Já falei logo assim, papo de homem entendeu? Ai depois fui e falei la pra minha ex. "- ó, não quero tu indo la em cima não, tua a casa é aqui embaixo, e se te ver lá em cima o bagulho vai ficar doido!"
E já dei logo papo na minha mãe: "- Aí se a Sra. ver ela lá em cima tu já me da logo o papo."
E cadê que ela ia lá em cima? Ia nada. Eu já chegava em casa boladão, mas ela não ia lá em cima não.
Mas pô, vou te falar, o Maizena, o cara é bom, o cara vende bem, se botar duzentas empada pra vender ele vende, já sai assim da praia sobe morro, desce morrro, vende até na delegacia, aquela lá de Copacabana.
Mais velho: - Pô o moleke é bom mesmo
Fumaça: - É bom, vende bem ele, vende lá na delegacia de Copacabana pra delegada lá, vende até pros presos, qual o nome da delegacia mermo?
Então, o cara maneiro, vende bem, deu “molin” de largar a mulhé, a mulhé investindo pra carái no negócio, comprando as paradas, dando uma moral, so pq ela era coroa... o moleque novo aí, 30 anos.
Mais velho: - É eu lembro que a parada era maneira, a massa como, levinha, o suco assim grosso..
Fumaça: - Pô o negócio tava boladão, eu que fazia a contabilidade pra ele, assim no esquema mesmo, nunca roubei nada não; era milzão que ele tirava por semana, 1000 reais.
Mais velho: - mas ele sozinho?
Fumaça: - não a firma, eram 5, mó esquema, a mulher fortalecia ele, milzão por semana... pô agora taí, trabalhando sozinho.
A firma agora é ele só, ele é o dono, ele que vende, ele que faz tudo, tirando 300 merréis por semana, agora tu vê, o cara tirando 1000 reais, vai largar a mulher e quebrar a firma pra ganhar 300.
Mais velho: - é a sorte não bate duas vezes não. O fulano me dizia pra eu ir lá trabalhar com ele, já pensou?
Fumaça: - Tá vendo, imagina se tu vai, larga o cara que tu trabalha há anos pra ir pro Maizena, aquele louuuuco. Maizena é loucooo.
Eu é que fazia a contabilidade, era 1000 reais por semana cara. Agora tá com essa ai que nem põe a mão na vassoura eu fico só observando.
Se sou eu, é ruim de eu largar a coroa, meu amor, vamo envelhecer juntos.
Ficar pegando essas novinha, não dá, novinha é muita despesa cara.
Uma vez tava saindo com uma de 15, nossa muita despesa, tinha que trabalhar dobrado... Aídepois abri, disse pra ela: ô volta la pra casa da tua mãe, que não dá não, ta lá ate hj. Novinha é muita despesa.
Mais velho: - Uma vez, eu saí com uma mulher coroa, maneirona ela, bonitona, mó corpão.
Tinha separado da minha esposa. Aí fui indo, depois passei a dormir lá, maneiro, dormia assim tranquilão, até os filhos dela tinham ciúme de mim.
Ela me ajudava com as coisas, eu também ajudava tranquilão, aí depois a filha dela começou a entrar numa comigo, assim de inveja sabe, né bem inveja não...
Fumaça: - Ciúme, é ciume
Mais velho: - É, ciúme, aí eu fui e meti o pé, mas po era tranquilão lá.
Fumaça: - Eu se tô com uma coroa dessas que nem do Maizena não largo não, eu hein, ganhar na megasena e devolver o prêmio...
Mais velho: - Eu se ganho na megasena, fico só vivendo de renda, tranquilão, não ia abrir negócio não, pra ficar me desentendendo com empregado, ficar fazendo contabilidade, esse negócio de empada é mó stress.
-É ia vir só eu, minha mãe e minha família. Os amigo que passassem fome pra lá.
Fumaça: Pô mano, aqui na cruzada cara tem uma negona que não vai com a minha cara, sabe, uma negona daquelas que nem a gente tem várias lá no Jacaré, tá ligado?
Bonitona ela, mas não vai com a minha cara.
Mais velho: - Ela não gosta de pretinho?
Fumaça: - Não, agora tu vê móóóó negona mermo, bonitona aqui da Cruzada.
Outro dia vi ela na praia, e ela mandou assim pro amigo, tipo falando de mim : “ - aquele neguinho da empada...”, vê se pode?
Eu chamando ela de negona e ela me vem com neguinho.
Pô bonitona ela mermo , mó corpão, mas não vai com a minha cara, como é que pode a negona não gostar de neguinho?
Eu to atirando pra tudo quanto é lado e se Deus quiser ainda arrumo uma coroa tipo aquela do Maizena...
Sim, claro.
Me vê uma de queijo pra viagem? Chegou meu ponto, preciso ir.
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