Malandro é malandro
Malandro é malandro
Eu, atrasado como de praxe, 9:35 da manhã, chegando no meu ponto, meu buso corta pela pista do meio da Av. das Américas...
O sinal fecha em frente, bem em frente ao meu prédio. Putz, isso raramente acontece, se ele me deixar no ponto, tenho que voltar pelo menos uns 200 metros.
É pouco, tá eu sei, mas com o sol escaldante que faz aqui, qualquer 50 metros faz parecer uma Marquês de Sapucaí.
Vamos voltar ao buso...
Ele paradinho lá naquele sinal, e eu pensando em dar um toque no piloto, sabe aquele famoso :" - Coé pilotow! Fortalece ae!!!"
Pensei em mandar, mas o ônibus tava cheio e fiquei receioso de ser ignorado pelo motorista e pagar aquele mico. E geralmente quando isso acontece eles deixam a gente mais longe ainda.
Aceitei que o sinal abrisse e eu voltasse encharcado de suor, com aquelas duas rodelas de abacaxi debaixo do braço.
Foi aí que surgiu o herói do sinal, um rapazinho trajando jeans e camiseta e uma mochila da Company, que a tempos não via, o cara surge do nada e manda um assobio: " - Fiuuuuíi!!", cara, eu sou fã de quem sabe assobiar, assobio intimida...ô trauma.
Na sequência ele mandou o colé pilotow, que falei alí atrás...
Ae bateu o espírito fraterno da cobradora, uma senhora de aparentemente uns 42 anos, com um elástico prendendo os óculos, uma toalhinha bege na gola da camisa presa com um clips, mexendo no celular que acabara de comprar em 6 vezes nas Casas do Baiano lá em Madureira...
O piloto abre a porta traseira e o cara ia saltando como um profissional do Le Parkour, quando a cobradora o alerta, berrando lá da frente: "Cuidado com os carro ae mininu!"
Em fração de segundos ele adia o salto e rebate a trocadora com um ditado popular que jamais esquecerei: "- Tia, quem nasce no morro, não morre no asfalto!
E saltou, rumo a glória.
Eu? Fiquei parado assistindo a tudo e a porra do sinal abriu! Merda!
Visite o site do autor: