No dia 28 de abril de 2025, o rapper e compositor Luiz Barata lançará Pragas Urbanas, seu aguardado álbum conceitual que propõe uma reflexão profunda sobre desigualdade, espiritualidade e resistência por meio de uma narrativa distópica singular. No universo criado por Barata, a classe trabalhadora é simbolizada por baratas, enquanto os donos dos meios de produção são retratados como humanos.O enredo se desenrola em um mundo habitado apenas por essas duas espécies, criando metáforas potentes sobre os conflitos sociais contemporâneos.
Narrado em primeira pessoa pelo próprio artista, encarnando uma barata comum que observa e vivencia os desafios de sua realidade, o álbum é dividido em sete fases — como capítulos que conduzem o ouvinte por uma jornada sonora densa, crítica e emotiva. A sonoridade parte do boombap clássico e se desdobra em camadas que flertam com o reggae, dub, rock alternativo e o sincretismo musical dos anos 90, com referências que vão de Nação Zumbi a Planet Hemp, O Rappa e Sublime.
A produção de Pragas Urbanas é ao mesmo tempo crua, orgânica e nostálgica. Cada faixa funciona como um fragmento do todo, com força estética e lirismo próprios, ainda que o álbum tenha sido pensado para ser ouvido como uma obra contínua — uma história contada do início ao fim.
Um dos destaques do disco é a faixa “Marinheiro”, que ganhou um videoclipe sensível e visualmente poético dirigido por João Müller Moura. A música aborda o conceito de fôlego — físico e emocional — e o clipe traduz essa ideia através de cenas simbólicas, como uma luta de jiu-jitsu e a construção de um origami. As imagens representam os apertos, dobras e desdobramentos da vida, em um jogo de contrastes entre luta e alívio, medo e desejo, sonho e pesadelo.
“Marinheiro” revela um lado extremamente pessoal de Luiz Barata e tem tocado profundamente o público, justamente por sua fragilidade e autenticidade. Assim como o restante do álbum, a faixa reafirma o talento do artista em criar um universo próprio onde crítica social, sensibilidade poética e musicalidade se encontram de forma visceral.
Com Pragas Urbanas, Luiz Barata entrega um trabalho autoral maduro, ousado e necessário — um manifesto em forma de som, que pulsa com a vida nas margens da cidade.
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