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O que é o 8 de março...

Dia de reflexão, troca de ideias, autoafirmação e, principalmente, de muita luta! Esse é o Dia Internacional da Mulher.


Na memória, mesmo que muitas não saibam por completo, nós mulheres, guardamos com carinho a história das Mulheres Russas, que buscavam melhores condições de vida e trabalho na década de 60. A partir daí, ano após ano, no dia 8 de março, costumamos receber parabéns, por sermos mulheres.


mulher1E, se para algumas é dia de comemorar, comemoremos então! Comemoremos a pílula contraceptiva, as análises de Simone de Beauvoir, o nosso direito ao voto, a Chiquinha Gonzaga e a tantos outros, marcos importantes da luta pela libertação das mulheres. Comemoremos sim, mas prossigamos na busca por respeito e igualdade. Continuemos na resistência, conscientes da opressão que ainda existe em 2014, lutando pela liberdade de ser mulher (da maneira que quisermos). Persistamos em retirar as mordaças que querem nos calar cotidianamente e insistamos em confundir o Sistema que teima em nos oprimir!


Relembremos então Pagu, Tarsila, Olga, Araceli Cabrera e todas as mães de Acari. Relembremos também as rezadeiras, as donas marias e juremas, as desfiaderas e as paneleiras. Reconheçamos uma as outras e cuidemos mutuamente, de nossa história, nossa memória e buscando respeitar a diversidade que cada uma de nós, pode apresentar.


No entanto, mesmo lembrando todos esses motivos para comemorar, não esqueçamos que o Espírito Santo, é o “Campeão do Brasil”, no chamado feminicídio. E as mulheres têm morrido diariamente em moradias pobres ou ricas, simplesmente, por serem mulheres. Em conflitos de gêneros a violência contra a mulher não escolhe conta bancária e pode ocorrer em qualquer lar.


mulher2Percebamo-nos que, o motivo pelo qual recebemos felicitações e, quem sabe, flores no dia 8 de março, é o mesmo motivo que nos aniquila e não mais aceitemos que nossa imagem esteja, dia após dia, nas páginas policiais dos principais jornais, como vítimas de violência. Não podemos mais permitir que sejamos números de pesquisas, ainda mais, com índices elevadíssimos como no ES.


Mas, o que é mesmo esse tal de feminicídio? É o assassinato em massa de mulheres, provocadas pelo parceiro da vítima, classificando aí a violência de gênero em seu mais auto grau. Segundo o IPEA “no Brasil, 50% dos feminicídios envolveram o uso de armas de fogo e 34%, de instrumento perfurante, cortante ou contundente. Enforcamento ou sufocação foi registrado em 6% dos óbitos. Maus tratos – incluindo agressão por meio de força corporal, força física, violência sexual, negligência, abandono e outras síndromes de maus tratos (abuso sexual, crueldade mental e tortura) – foram registrados em 3% dos óbitos" (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - Ipea).


Mas nem toda a violência conta a mulher resulta em morte, muitas Brasil afora são submetidas a violências diversas e por incrível que pareça, às vezes nem percebem que sofrem tal opressão. Os tipos de violência são: Violência física, Violência psicológica, Violência sexual, Violência patrimonial e Violência moral.
E os casos de violência contra a mulher, dentro ou fora do lar, podem ser levados à justiça, por meio da Central de Atendimento à Mulher, com denúncia no 180. O serviço pertence à Secretaria Nacional de Política para as Mulheres. Se informe através da Lei Maria da Penha (Lei nº 11.34/2006)
E lembremos também que os homens, independente de quem sejam, podem contribuir na luta pela não violência contra a mulher. Não cometendo violência e denunciando qualquer agressor.

 

Texto: Isabella Mariano e Órion Leal

Imagens: David Walker