FERMATA – Exposição com obras inéditas de Os Gêmeos em Vila Velha
A exposição – FERMATA – terá somente obras inéditas dos GEMEOS, uma das mais famosas duplas da cena contemporânea mundial
Univitelinos na geração, Gustavo e Otávio Pandolfo levam esta condição ao pé da letra pela vida: fazem tudo juntos. Desde pequenos, brincavam juntos de desenhar e inventar, quase sempre no mesmo papel.
Do primeiro contato com o universo hip hop, na adolescência, ao sucesso absoluto como uma das duplas mais importantes da arte contemporânea brasileira em nível internacional, OSGEMEOS não costumam fazer distinção entre fantasia e realidade.
Suas obras, que permeiam delicadeza, fantasia, detalhe, crítica social, aventura e uma imensa inventividade, marcam presença em todas as partes do mundo – do Museu de Arte Brasileira a um castelo na Escócia, de Nova Iorque ao Japão. Em outubro deste ano, eles aportam no Museu Vale – ES com a mega exposição FERMATA, totalmente inédita, mas que, garantem, tem diálogo com tudo o que fizeram até agora. Como diz Gustavo, “Cada exposição é como mais um capítulo de um grande livro que vamos escrevendo com nosso trabalho: tem a ver com os anteriores e também com os que vêm a seguir.”
– FERMATA traz para o Museu Vale um universo particular, encantado e lúdico muito importante para o Programa Educativo que o Museu desenvolve com crianças e jovens do Estado – afirma Ronaldo Barbosa, diretor da instituição. Ele ressalta que as mostras exibidas no Museu ao longo de 13 anos se complementam e se contrapõem, apresentando várias linguagens e mídias da arte contemporânea, e destaca que OSGEMEOS irão apresentar o que o Museu está tratando como tema central este ano: “Homo Faber: o animal que tem mãos”, tema desenvolvido na 6ª edição dos Seminários Internacionais Museu Vale, realizada em março.
– Os desenhos e pinturas criados pelas mãos dos gêmeos Gustavo e Otávio representam as suas ferramentas de trabalho, e é assim que estes dois consagrados artistas vão tocar o público com esta exposição inédita, projetada especificamente para a arquitetura do Galpão de exposições do Museu – conclui Ronaldo.
Para produzir FERMATA, OSGEMEOS passarão o mês de outubro no Museu Vale, mas já estão trabalhando na exposição. – Todas as obras a serem expostas são inéditas – explica Gustavo. – Por enquanto são oito pinturas, feitas no ano passado e neste ano. Mas pode aumentar – afirma. Além das pinturas haverá obras interativas e uma escultura gigante – uma caixa de música em forma de mulher.
O desenho foi a primeira expressão com que Gustavo e Otávio se descobriram como artistas. – Adorávamos fazer grafites em espaços abertos, mas é importante não confundir as duas vertentes do nosso trabalho, que separamos muito bem. Uma coisa é o grafite e outra bem diferente é a arte contemporânea – ressalta Gustavo.
A interatividade é outra marca da exposição, mas Gustavo guarda os detalhes em segredo.
A escolha do nome FERMATA tem a ver com o intervalo dos pensamentos musicados. – Isto é tão forte que quando desenhamos uma cachoeira, por exemplo, escutamos o murmúrio das águas. Se é um passarinho, escutamos o canto dele – explica Gustavo, referindo-se às sensações do mundo lúdico que criam e que incorporam ao real. – Mas tem a ver também com a ópera. Gostamos de pensar em cada trabalho como uma ópera e seus atos; a fermata, nesse caso, simboliza os intervalos necessários para criar o clima certo para cada ação que se seguirá – completa o artista.
Apesar da pintura e do desenho serem tão naturais na vida dos dois irmãos como caminhar, alimentar-se ou respirar, o processo de trabalho d’OSGEMEOS é meticuloso e planejado. – Quando uma exposição acontece, tem pelo menos um ano de trabalho por trás – explica Gustavo. – Nós nos planejamos muito para cada obra. E o que será visto no Museu Vale tem essa marca, esse cuidado também.
O mundo d’OSGEMEOS (paulistanos de nascimento) guarda sempre surpresas, integra elementos e vai do lúdico ao crítico com a mesma fluidez. – Criamos vários personagens que, embora parecidos, são muito diferentes. Às vezes você olha e parece que estão de um jeito, mas se observar melhor verá que não é bem assim – conta Gustavo. – Muitas vezes a gente cria os personagens e eles, de alguma forma, criam vida própria e manifestam comportamentos que nem nós esperamos. Acho que tem a ver, também, com as próprias variações do nosso temperamento. E isso transparece nos personagens – diz Gustavo.
Dentre as centenas de trabalhos que OSGEMEOS já fizeram pelo mundo afora está a pintura das paredes externas do castelo de Kellburn, na Escócia. – Foi muito divertido porque a gente morou no castelo um mês para fazer este trabalho – conta Gustavo. – Tudo foi devidamente autorizado pelo Patrimônio Histórico de lá e documentado. Só o fato de terem convidado artistas brasileiros (OSGEMEOS, Nina e Nunca) é uma coisa inédita.
Trabalhos assim são um pouco como no Renascimento, quando convidavam artistas para pintar afrescos em tetos e outros espaços. A diferença agora é que se faz com spray – diz Gustavo ao revelar que para eles cada trabalho é mais um capítulo do “livro” que escrevem com sua arte. – Pra nós é essencial que uma coisa tenha ligação com a outra. São como capítulos de uma obra só – completa Gustavo.
O Museu Vale
O Museu Vale é uma iniciativa da Fundação Vale que faz parte de sua estratégia de valorizar e fortalecer as identidades culturais regionais, por meio da preservação da memória e do patrimônio histórico-cultural dos locais em que a Vale atua. Com esta proposta, a Fundação contribui para a educação patrimonial e o acesso de crianças e jovens a equipamentos e processos de fruição e de produção cultural e artística.
Principal ícone da arte contemporânea no Espírito Santo, o Museu Vale tem como objetivo preservar a história do universo ferroviário e promover exposições de arte contemporânea, workshops de arte e filosofia para universitários e artistas, e oficinas de arte com crianças e adolescentes das redes pública e particular de ensino. 
Desde que foi inaugurado, em 15 de outubro de 1998, já recebeu mais de um milhão de visitantes e sediou 35 importantes exposições, dentre as quais “Babel”, de Cildo Meireles (2006, com itinerância na Estação Pinacoteca do Estado de São Paulo e detentora do Troféu APCA de melhor exposição do ano); “Salas e Abismos”, de Waltercio Caldas (2009); “Amazônia, A Arte” (2010); “Atrás do Porto tem uma Cidade”, de Eder Santos (2011) e “Anticorpos”, dos Irmãos Campana (de abril a julho deste ano). Por meio de seu Programa Educativo, o Museu Vale realiza workshops – criados por arte-educadores convidados e ministrados por estagiários de nível universitário – que já beneficiaram mais de 21.000 jovens da Grande Vitória. Também como parte da iniciativa, jovens aprendizes recebem capacitação em ofícios relativos à montagem e desmontagem das exposições.
Memória
Em seu espaço, o Museu Vale abriga ainda o Centro de Memória da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), ferrovia por onde passa o único trem de passageiros diário do Brasil que percorre longas distâncias. Visitar o acervo, composto de filmes, fotos e textos históricos sobre a linha férrea da Vale, é fazer uma verdadeira viagem no tempo. Seu acervo de arte contemporânea, composto de livros, catálogos, revistas e folders de artistas nacionais e internacionais, vem sendo organizado desde a abertura do Museu e está disponível para consulta de estudantes e pesquisadores acadêmicos. Somente no ano passado, o Centro de Memória recebeu a visita de 191 pesquisadores. O espaço está aberto ao público de segunda à sexta de 10 às 18h.
A exposição FERMATA, d’OSGEMEOS, tem produção e realização da ART UNLIMITEDFERMATA vem sendo desenvolvida há dois anos para o Museu Vale e, ao lado de Wholetrain (outro projeto assinado pela dupla para a Vale), mostrará ao Espírito Santo e a algumas cidades do interior de Minas Gerais, o universo dos artistas.
FERMATA – Exposição de OSGEMEOS
Produção e realização: ART UNLIMITED
Período: de 28 de outubro a 12 de fevereiro
Museu Vale
Antiga Estação Pedro Nolasco, s/n – Argolas – Vila Velha – ES – Brasil
Telefone: (27) 3333-2484
Horário: de terça a sexta, das 8h às 17h; sábado e domingo, das 10h às 18h
www.museuvale.com
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