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Entrevista Cost

Entrevista com o artista capixaba "Cost"

 

praticante de diversos segmentos culturais e artísticos, como Graffiti, FlashMob entre outros. Dessa vez ele irá nos contar um pouco sobre os malabares e, a sua atuação nesse universo. Confira aí!

  Pra começar, Quem é “Cost”?

Meu nome é Hercules, tenho 27 anos, sou artista plástico e professor. Atualmente trabalho dando oficinas de artes, atuando como educador social, e às vezes com os malabares, tendo este mais como um hobbie.

 

O que realmente são os malabares?

Malabares é derivado da palavra malabarismo que, em grande parte das vezes, consiste em manter objetos no ar, lançando e executando manobras e truques. Entre esses que são arremessados para o alto temos como exemplo as bolinhas, as claves (malabares parecido com pino de boliche), as argolas entre outros.

Há também alguns malabares que são jogados em contato com o corpo, tais como a bola de contato, o staff (bastão, que varia de tamanho de acordo com o gosto do malabarista), o swing (duas cordas com um peso na ponta de cada uma delas, que são giradas simultaneamente) e outros. Alguns malabares de arremesso também podem ser usados para se fazer contato, e vice versa.

 

Quando você descobriu os malabares? Desde então começou a praticar ou levou algum tempo? 

Eu conheci em 2004, em um evento de Hip Hop que aconteceu no Forte São João, em Vitória. Lá fui para fazer graffiti, e tava lá nesse evento o Mc Poeta, que participava do grupo de missões evangélicas Avalanche. Conheci ele e o pessoal do Avalanche, e vi esses jogando malabares e me interessei pelo brinquedo. Na curiosidade brinquei um pouco, peguei umas informações a respeito e pedi ao Poeta para que fizesse um para mim, mas devido a suas viagens ele demorou alguns meses para fazer. Porém, apesar da demora em ganhar meu malabares, um flower stick, eu comecei a pesquisar sobre o brinquedo e conheci uma pessoa, hoje um amigo, aqui perto de casa que também jogava sozinho. Juntando-me a ele começamos a fazer pesquisas a respeito da fabricação dos malabares, pois apesar de já haver na internet para comprar esses eram caros e a qualidade nem era tão boa. Tendo em mãos as informações necessárias começamos a fabricar nossos malabares por conta própria, algumas vezes com materiais comprados e outras com materiais reciclados. Essa experiência de diversificar o material e fazer nossos brinquedos nos possibilitou aprender muito em questão de qualidade, pois vimos que nossos brinquedos, apesar de fabricados com materiais reciclados, tinham mais qualidade e durabilidade do que os comprados pela internet, sem contar que fazíamos tudo atendendo a nossos critérios, seja no tamanho, no peso, tudo variando de acordo com a finalidade do malabares.

Daí pra lá fui só praticando e aprendendo cada vez mais com novos amigos que fizemos enquanto jogávamos.

 

  Existem categorias dentro do universo dos malabares?

  Acredito que existam em relação ao tipo de malabares que você pratica como por ex. diabolo (um tipo de ioiô em tamanho maior), claves, bolinhas e outros. Há também uma modalidade que é chamada contato, onde o malabares é praticado em contato com o corpo do malabarista.

 

 

 

 

Como está o crescimento, a popularização dos malabares?

 

Aqui no estado o malabares cresceu muito devido às festas raves, onde durante as apresentações dos DJ’s acontecem apresentações de malabarismo. Acredito que assim como o graffiti está para o Hip Hop os malabares está para a música eletrônica. Além das festas, que muito ajudou a impulsionar a prática dos malabares tanto no estado quanto no país, muitos artistas estrangeiros vieram para o Brasil, jogando em semáforos em troca de dinheiro, e isso de certa forma ajudou na popularização e no crescimento dos malabares em todo o país, pois assim as pessoas podiam ter acesso, mesmo que sendo espectador, a essa arte e a partir daí tomar iniciativa para praticá-la.

Hoje já é mais comum ver pessoas brincando em praças, parques, ou ate mesmo nos semáforos, o que antes era muito raro, já é possível encontrar muito material e reportagens sobre o assunto na internet, e isso eu considero uma grande evolução.

 

 Existem encontros, campeonatos ou alguma coisa nesse formato, focado nos malabaristas? 

Aqui no estado a “cena” ainda é fraca, já houve uns encontros no Parque Pedra da Cebola, mas muitos dos participantes desanimaram, e os poucos que ficaram também pararam de ir devido a alguns problemas que aconteceu por lá. Em outros estados ainda vejo noticias de alguns encontros, mas não são com tanta frequência.

 

Aqui no Brasil, quando se deu início a essa prática artística? 

Não sei dizer ao certo quando se iniciou a prática dos malabares no Brasil, só sei que diversas vezes em que eu andava pelas ruas com meus malabares alguém de idade comentava comigo que em sua infância já havia brincado muito com algum dos malabares em que eu levava na mão ou na bolsa (que normalmente ficava uma parte dele exposta por não caber por completo dentro dela), o que me leva a crer que a prática do malabarismo no Brasil é mais antiga do que se possa imaginar, porém acredito também que essa arte teve um grande impulso com a vinda da música eletrônica para o país.

 

Os malabares parecem exigir muito treino. Qual a sua frequência de treino? 

No início era praticamente todos os dias, depois, quando conheci mais amigos nós marcávamos duas ou três vezes por semana na praia para treino, e era bacana na praia devido ao espaço, onde alguns amigos cuspiam fogo e podíamos também brincar com malabares de fogo. Hoje já não pratico tanto, brinco mais quando faço alguma apresentação ou algum tipo de trabalho com malabares mesmo. 

 

 O que você vê como avanço, desde que você iniciou. 

Muita coisa evoluiu, desde a quantidade de praticantes e interessados em aprender ate a facilidade em encontrar materiais a venda. Hoje você vai ao shopping e encontra um diabolo a venda, ou mesmo as bolinhas e o flower stick, o que antes só era possível comprar por encomenda em sites especializados pela internet, vejo mais informações na internet, assim como fóruns e discussões sobre malabarismo, vejo menos preconceito contra essa arte, a sua popularização e maior aceitação do público alheio, isso são evoluções que muito me satisfazem hoje.

 

Quais as principais dificuldades que existiam no começo, e que, ainda incomodam?

  Acho que o preconceito contra os malabaristas é uma grande dificuldade que ainda vemos. Pessoas, muitas vezes desinformadas, julgam-nos como pessoas “jogadas” e ate mesmo drogadas, outras quando nos vêem com os malabares já perguntam se vamos pro sinal pedir dinheiro, e visões pequenas como essas me entristece, é como falar que o graffiti é vandalismo sem antes ter conhecimento sobre essa arte arte. Outra dificuldade é, apesar de já ser mais comum encontrar malabares a venda, a falta de material de qualidade para ser vendido. Às vezes também encontramos pessoas que não ensinam o que sabem, pelo simples fato de não quererem ser superadas, muitos pessoas interessadas em aprender chegam ate essas pessoas pedindo informações ou pedindo que as ensinem algo e elas não passam o que sabem, ou mesmo não ensinam de forma correta, dificultando a aprendizagem.

 

Você faz parte de algum grupo, alguma equipe de malabares? 

Quando eu praticava com meus amigos tínhamos um grupo chamado New Fire, mas hoje esse grupo já não existe mais... =/ 

 

O que é necessário para ser um bom malabarista? 

Um bom malabarista para mim não é aquela pessoa que sabe fazer um monte de truques e blá blá blá, mas sim aquele que se dedica a aprender cada dia mais, aperfeiçoando sempre os truques que já sabem, com dedicação e garra. Portanto para ser um bom malabarista, em minha opinião, a pessoa tem que ter força de vontade para aprender, sabedoria para saber reconhecer que ta errando ou que pode melhorar para estar se aperfeiçoando, e dedicação, pois só se dedicando é que se consegue alcançar os itens acima.

Ahhhhh!!! e o mais importante de tudo: SEMPRE QUE POSSÍVEL PASSAR UM POUCO DO QUE VOCÊ APRENDEU. 

 

Quem você destaca no cenário nacional?

Na verdade não sou muito de me ligar em “celebridades” não, mas gosto muito de destacar meus amigos, Igor, Pedro, Bruno, entre outros que cresceram nesse universo malabarístico comigo, me ensinaram muito e trocamos muitas experiências juntos, além de serem também amizades que fiz devido aos malabares. 

 

Existe algum grande nome a nível nacional, ou internacional que serve de inspiração?

 Me inspiro muito, como disse, em meus amigos, mas sempre tem aquele que você gosta muito. Gosto de citar uma pessoa que conheci pela internet a uns anos atrás num fórum de malabarismo espanhol, o apelido dele era BO, uma grande pessoa de renome ao menos entre as pessoas que freqüentavam o fórum, por isso acredito que la na Espanha ele seja um destaque, assim dizendo. Inspirei-me muito nele, assim como também aprendi bastantes coisas com dicas que ele me deu, portanto o credito de inspiração a nível internacional vai pra essa pessoa... BO .

 

Como é a visão da sociedade sobre os malabares ? Existe discriminação?

 Como disse acima ainda há preconceito em relação a essa arte, mas vem diminuindo devagar, de modo que já é aceito em festas, aniversários infantis, e ate mesmo em sendo praticado em empresas como terapia.

 

Cost,  Deixe uma mensagem aos internautas aqui, do DNA Urbano.

Fala ae galera, um grande salve à todos. Espero que tenham gostado da entrevista, e que ela venha despertar em vocês a curiosidade de saber um pouco mais sobre a arte dos malabares, e quem sabe ir um pouco além disso também, buscando aprender e a praticar essa arte que muito ajuda o equilíbrio corpo e mente, melhorando também nossa coordenação motora. Se quiserem aprender tenham força de vontade, pesquisem, pratiquem e tenham sempre humildade, esse é o grande segredo.

 

Cost, muito Obrigado pela sua participação no DNA Urbano, fique á vontade para dizer algo que julga interessante e que ainda não foi dito.

Eu é quem agradeço a oportunidade de estar aqui divulgando um pouco dessa arte, e também de meu trabalho. Acho que é isso mesmo.

Obrigado a todos. Paz!

 Onde encontrar Cost ?

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