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Entrevista MAX B.O

MAX B.O

Entrevista  MAX B.O

  A entrevista da vez, é com o MC MAX B.O, um dos fundadores da extinta Academia Brasileira De Rimas (ABR). Conhecido país a fora, por suas habilidade e técnicas de improviso (freestyle), e pela excelente qualidade em suas músicas.

 
Max que, também tem sido destaque na TV (Seriado Antônia, Programa Brothers  e Programa Manos e Minas) mostra aqui, alguns detalhes dessa sua tragetória .
 
Curtam a entrevista!

 

Pra começar, Quem é o Max B.O? Quando você decidiu que iria fazer música?

Eu não decidi. Houve uma certa insistência no começo, meu pai me colocou com 6 anos pra aprender violão. Mas não adianta insistir, porque musica é uma parada louca, você pode até aprender, mas pra seguir nesse barco, a música é quem te escolhe. Eu num funcionei no violão aos 6 anos, aí com uns 13/ 14 anos fui fazer teatro. Aprendi muito como ator, perdi a vergonha do publico, isso e aquilo. Foi na mesma época que já sabia da existência do Rap, já curtia uns sons... Aí teve um Festival de Musica num colégio onde estudei. Entramos com o primeiro Rap do Festival - talvez o único -  e minha sala ganhou. Ali eu senti que eu num escolhi nada, eu tinha sido escolhido.

 

Como foi e, como é a aceitação de sua família quanto a essa escolha?

No começo foi uma grande dificuldade, por que não se acreditava em Rap. Tinha todo aquele discurso que chocava algumas famílias pobres, o caso da minha. Vindo de pai metalurgico e mãe costureira, eles esperavam que eu fosse qualquer outra coisa. Lembro muitas vezes meu pai dizer que me queria um mecânico porque carro quebra toda hora e eu teria muitos clientes, mas nem dirigir ele me ensinou. Aí é daquele jeito: já tinha ganho um "festivalzinho escolar", minha mãe me incentivou no teatro, comecei a pensar em dominar o mundo. Foi quando meu pai disse: "É uma pena uma hora a Rota não te pegar na rua e te quebrar na porrada". Isso serviu de alerta: Por mais que fosse o que eu queria, precisava ser verdadeiro, honesto e saber transitar entre os publicos. E acho que tenho conseguido.

Antes havia esse receio que hoje é orgulho. Tenho conseguido fazer minha parte, porque eles foram muito bons na parte deles.

 

 

Você já representou algum outro elemento dentro do Hip Hop?

Não. Já disse inclusive que como grafiteiro, sou um ótimo rimador. Isso serve pros outros elementos também.

MC. O que isso representa pra você?

Minha Cultura, Minha Consciência, Meu Chão. 

 

Para quem não sabe você faz parte de um projeto denominado “PATCHOL’S Família”. Em sua visão, qual a importância desse tipo de projeto?

A Patchol's é uma atividade social que tinhamos na ZN de SP. Serviços de Formação Cultural, Capacitações e alguns eventos artísticos. Estava parada por uns anos, em 2011 volta. Além de tudo isso, é minha turma, meus amigos. Essas coisas...

 

Falando em projeto, você foi um dos integrantes do grupo “Academia Brasileira de Rimas”  a patchols substitui em algum ponto a  ABR ?

Na verdade, sou um dos fundadores da Academia Brasileira de Rimas, concebi o projeto e o Paulo Napoli deu o nome. Quando surgiu a ABR, a Patchol's já existia, são pólos de diferentes funções.

 

Há muito tempo você está envolvido com o Hip Hop, participando de grandes eventos e, rimando, nos mais diversos lugares e, agora em 2010 você lançou o seu cd intitulado ”Ensaio, o Disco”. A qualidade foi o principal motivo pela demora em lançar um disco oficial? O resultado saiu como o esperado?

O resultado foi como esperado, chegando a ser surpreendente, pois tem muita gente competente envolvida nesse trabalho. Além da qualidade e do amadurecimento, a demora se deve ao fato da consistência. Passei muito tempo sem fazer um disco, mas consisti meu trabalho de maneira uniforme. Aumentei as possibilidades que o rap de improviso pode ter na musica brasileira, prova disso são os freestyles com os mais diferentes artistas com quem já fui visto me apresentando. As musicas são consistentes, as participações são de pessoas que eu queria que estivessem, sem os lobbys que assombram a musica. Artistas, fotografos, jornalistas renomados no trabalho, mas todo mundo gente que me conhece aí da correria e sabe que faço bem feito, que vale a pena estar comigo. Não queria fazer um cd num envelopinho, tinha muita coisa pra mostrar. E nosso "super encarte" está lindo, mas ficou pequeno. É pra passar pro computador e guardar na estante, junto dos livros. Tenho vários cd assim, da coleção.

  

Quais foram suas principais influencias nas obras do seu disco?

Acho que a musica brasileira como um todo. Escolhi os beats que agradei, independente da influencia de que produziu. Muitas letras tem o nome dos beats, como Guria, por exemplo. Acho que me prendi mais as influências de estética visual. "Ensaio - O Disco" é uma referência ao "Ensaio - O Programa". Em especial o de Geraldo Filme, e "A Nova Dimensão do Samba", album de Wilson Simonal. Feras pra quem dediquei esta obra.

 

O que você anda ouvindo atualmente?

Além do Ensaio, os mesmo de sempre. Mas o Zeca e Arlindo Cruz estão no ouvido como nunca antes! Com a vinda da Amy pro Brasil conheci o The Jolly Boys e tô caçando um album dos velhinhos.

 

Você tem ideia de quantas músicas “avulsas” você já gravou?

A ultima vez que fiz essas contas, estava com uma discografia de uns 30 trabalhos avulsos, entres sons em coletâneas, participações, etc. A cada ano que fiquei sem o disco, lancei no mínimo duas paradas.  

 

Fotos: Ivan Shupikov 

 

O seu disco tem participações de produtores importantíssimos para a música brasileira. Como rolou essa parceria?

Como disse anteriormente, gente que muito admiro e que conhecem minha caminhada. E o mais importante, gente que acredita no meu potencial. Abriram a porta de suas casas, seus estudios, se mostraram meus amigos. Gente que sabia que eu estava fazendo o cd completamente sozinho e que seria importante estar comigo nessa onda. Magnifico!!!

 

Você tem se apresentado em diversas cidades e estados em todo país. Tem algum lugar onde a receptividade de seu trabalho é maior?

 Em muitos lugares a galera se amarra, aqui em SP é em todo canto. Fora de SP, o pessoal de Curitiba, Rio de Janeiro e Bahia tem uma energia muito boa. Mas em todo canto sempre tem boas novidades.

 

Tem algum trabalho que por algum motivo, você considera o mais importante da carreira?

Considero todos os trabalhos importantes, fico muito feliz em participar dos projetos que me convidam. Poxa, uns acabam sendo mais marcantes, as vezes pela admiração que tenho por quem participa comigo, outras vezes por estar com amigos do meu convívio fazendo uma musica maneira. Gravar com o Trio Mocotó sem duvidas foi fantástico. Eu ouvia "Não Adianta Chorar" que tinha sido gravada antes de eu nascer, depois eles voltaram e eu participei do projeto que marcou essa volta. Foi o disco "Samba Rock" e a musica Kibe Cru. Certa vez, estava numa musica pro disco do Veiga e Salazar, terminei o verso e não tínhamos o nome da musica. Aí falei: deixa "Ontem Já Era", ficou. Virou o nome do disco. Me orgulho muito dessas coisas, nada paga.

 

Qual a sua meta como MC?

Fazer uma musica que tenha importância não só no cenário musical, mas também no cenário social da vida das pessoas. Que seja alegre, mas sem precisar se boba. Que seja malandro sem precisar ser maldoso. 

 

Qual a sua visão sobre o Hip Hop nacional hoje?

Eu acho que as coisas continuam acontecendo, estamos vivendo um novo momento, o Rap está sendo mais visto como forma de comunicação, não só como musica de protesto. Precisamos saber também até onde ir, pra não sair de nossas origens. E saber também até onde ir, pra não se privar de descobrir coisas importantes em outros nichos.

 

E, quando ao RAP, como está a cena hoje no país?

Ah tem muita coisa acontecendo, não sei de tudo mas a cena permanece e se mantém, isso é o mais importante. Independente da vertente, disso ou daquilo, muita gente tá fazendo acontecer. 

 

Você é um dos MC’S brasileiros mais ligados às novas mídias atualmente (TV,myspace,twitter,site etc). qual a importancia dessas mídias em seus trabalhos?

Acho que outras mídias tem me ajudado a ser mais conhecido e isso é um meio de difundir melhor minha cultura, minha arte. Serve também, pra mostrar mais quem sou e o quanto estou perto das pessoas que chegaram ao meu trabalho através dessas mídias. Mostrar também a versatilidade do Rap quanto ferramenta de comunicação, onde ele pode transitar, como pode se comunicar, é outra coisa fantástica.

 

Onde encontrar o Max B.O (myspace,site,twitter etc) ?

www.twitter.com/mcmaxbo

www.myspace.com/maxbo

www.maxbo.com.br

  

Poderia  deixar uma mensagem aos internautas aqui, do DNA Urbano ?

Quero agradecer o carinho e paciência dos amigos do site e internautas!!! Obrigado pela consideração, são mais um parceiro nessa correria. Logo traremos mais novidades.

Patchol's!  

 

Max, muito obrigado pela sua participação no DNA Urbano, fique á vontade para dizer algo que julga interessante e que ainda não foi dito.

Acho que já disse, tudo. Mas quero agradecer mais uma vez.

 

  


 

Max B.O - Ensaio, o Disco