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Palestrante internacional é vítima de fake news por apoiadores de Bolsonaro

Alline Parreira, integrante de movimentos negros, esclarece que não tem nada a ver com o presidenciável e que o repudia

 Enxurrada de mensagens de apoiadores do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), a palestrante internacional e faxineira Alline Parreira, esclarece que não apoia e nunca apoiou o candidato. Segundo ela, em junho, palestrou na Cuny University (Em Nova Iorque, Estados Unidos), e contou com a participação do candidato a deputado federal Paulo Guedes (PT-MG) e homônimo ao braço-direito de Bolsonaro. Após o evento, teriam deturpado a informação e começaram a divulgar nas redes sociais que ela estaria apoiando o apoiador do presidenciável e ele, consequentemente.

“Existem várias Allines, vários Joãos, várias Marias, vários Paulos. Eu gostaria de esclarecer para todos os leitores que o Paulo Guedes que faz parte do meu programa de palestras não é o guru econômico do presidenciável Jair Bolsanaro (PSL) e sim, é o deputado estadual mais votado do estado de Minas Gerais, que também é meu amigo e conterrâneo da comunidade São José das Traíras, que fica localizada no município de Manga, no norte de Minas, e hoje é candidato a deputado federal pelo Partido dos Trabalhadores”, aponta.

Alline, que é militante de movimentos negros e feministas há mais de 10 anos, se chocou ao saber que seu nome estava sendo associado a Bolsonaro, já que sempre demonstrou contra os posicionamentos do candidato e defensora do PT e nunca escondeu que sua trajetória de vida mudou após programas sociais dos governos de Lula e Dilma Rousseff. “Quando veio o governo Lula, a mudança e a oportunidade vieram juntas. Sendo assim, uma das primeiras conquistas foi ver Paulo Guedes ser diretor do DNOCS, Departamento Nacional de Obras Contra as Secas, e eu chegando a estudar, e hoje podendo ter conhecido diversos lugares, além de ter palestrado nos Estados Unidos”, relembra.

Paulo foi vereador por três mandatos em Manga, levou água para mais de 30 mil pessoas quando foi diretor do DNOCS, e está no seu terceiro mandato de deputado estadual em Minas Gerais.

“Eu gostaria de terminar convidando todas as faxineiras e empregadas domésticas deste Brasil a se mobilizarem, politizarem e também participar dos atos #elenão #elenunca, que ocorrerão em todos os estados do Brasil até o fim dessas eleições. Se todas as mulheres que estudaram, frequentaram uma universidade e possuem doutorados estão participando, nós também temos que participar. A maioria de nós possui baixa escolaridade, queremos o fim do assédio moral e sexual, o fim da baixa remuneração, reconhecimento da profissão, mesmos direitos que os demais trabalhadores: horas extras, salário família, seguro desemprego, FGTS e segurança no trabalho", convoca Alline.

Se todas as empregadas domésticas participarem dos atos, serão mais de 3 milhões de pessoas (segundo dados da OIT, Organização Internacional do Trabalho), 250 mil no Estado de Minas Gerais, majoritariamente formada por mulheres negras. “Um século não foi suficiente para que meninas negras pobres possam ascender socialmente através de outras tarefas senão a doméstica. Avançamos pouco na mobilidade social. Somos milhares e se nos se politizarmos, conseguiremos mudar a mentalidade da sociedade e dos três poderes governamentais”,  finaliza Alline.